domingo, 11 de abril de 2010

Dicas para escrever bem

Não se aprende a escrever somente com teorias, o treino diário é o caminho para quem deseja escrever com desenvoltura. Cada pessoa descobre sua técnica, essa descoberta requer trabalho de insistente revisão.
A maior qualidade do texto é a clareza, quem consegue se expressar verbalmente com facilidade, quase sempre, produz textos com alto grau de objetividade. Criou-se um mito de que quem ler muito escreve bem. Não acreditamos nessa afirmação. Sabemos que a maioria dos escritores são bons leitores, mas não podemos afirmar o inverso. Só se aprende escrever, escrevendo.
Escrever é um trabalho difícil, o texto quase nunca está pronto no primeiro esboço. O rascunho da obra, aqui da redação, é uma coisa primitiva que frequetemente apresenta falhas profundas, elas são decorrentes da necessidade de combinar composição com o pensamento. Após a produção do esboço, o autor inicia o processo de lapidação. À medida que vamos trabalhando nossa produção, nos tornamos mais exigentes e é essa busca do melhor texto que nos impulsiona para voos mais altos.
Frase curta é uma boa estratégia, a memória imediata tem limite. Sentenças longas e complicadas podem ser consideradas ilegíveis, porque o leitor, quando chega no final da frase, já não se lembra do que leu no começo. Qualquer pessoa fica entediada quando precisa reler o trecho que se evaporou, para compreender o restante. Ao escrevermos sentenças curtas, que logo completa o sentido na memória imediata, as informações vão sendo transferidas para a memória de médio prazo. É nessa memória que os dados acumulam-se permitindo o perfeito entendimento da redação. Escrever textos de fácil entendimento é respeitar o nosso leitor.
Arriscar-se nos neologismo é tão perigoso quanto usar palavras arcaicas. Temos visto redações que o aluno, na tentativa de mostrar-se culto, usa palavras muito distantes de sua realidade. A consequência disso é uma produção confusa, com palavras descontextualizadas. A má escolha dos vocábulos dificulta a compreensão do texto. Notamos que o educando, preocupado em usar as trinta linhas, usam palavras demais e, além disso, justamente aquelas mais longas e de pouco uso. Isso reforça a nossa tese de que o aluno não foi devidamente preparado para defender suas ideias, por escrito, de maneira clara e objetiva. Não conseguiu entender que com palavras curtas ele pode escrever períodos curtos, mais fáceis de memorizar e de compreender. Percebemos que os estudantes têm predileção por duas classes de palavras: os adjetivos e os advérbios. Ora, são exatamente essas duas classes de palavras que costumam ser excessiva. Numa frase mais longa, elas serão menos memorizadas do que os substantivos, verbos e pronomes.
O modismo vocabular também é nocivo. Algumas palavras são modismo em determinados grupos sociais, na mídia, na própria escola. Quase sempre essas palavras carecem de explicações. Isso sem falar nas muitas palavras estrangeiras que estão circulando também por modismo. Elas têm equivalentes em nossa língua, evitando-as, garantimos uma melhor legibilidade em nossa produção.
Terminado o texto é a hora de escolhermos o título. Para que servem os títulos? O título é a síntese do que escrevemos e também as palavras que vão aguçar a curiosidade do leitor. Antes de ir ao texto o olho do leitor passeia pelo título e, quase sempre, é o que determina a intensidade que ele mergulha em nossas palavras. O título deve primar por uma simplicidade instigante: oração simples em ordem direta, sintético, abrangente. O título desperta a memória do leitor e, ao mesmo tempo, serve de guia para a empreitada da leitura

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