sábado, 17 de abril de 2010

Plural de adjetivos compostos

Nos adjetivos compostos somente o segundo elemento sofre variações.
Veja:

Música lantino-amaricana - Músicas latino-americanas.

As exceções são:

a) Fica invariável o adjetivo composto em que o segundo elemento é um substantivo.

Fantasia amarelo-ouro; Fantasias amarelo-ouro.

b) Azul-marinho e azul-celeste são sempre invariáveis.

c) No adjetivo composto surdo-mudo, flexionam-se os dois elementos, tanto em número como em gênero.

Formação do plural dos substantivos compostos

Quando o substantivo composto apresenta os radiais unidos por hífen, podemos ter os seguintes casos:

a) o primeiro elemento é verbo ou palavra invariável e o segundo é substantivo ou adjetivo – só o segundo elemento vai para o plural.

Ex.:
guarda-sol; guarda-sóis
abaixo-assinado; abaixo-assinados
Sempre-viva;sempre-vivas
beija-flor; beija-flores


b) os dois elementos são variáveis (substantivo, adjetivos, numerais) – ambos vão para o plural;
Ex.:
guarda-florestal; guardas-florestais (guarda-substantivo)
quarta-feira ; quartas-feiras
obra-prima; obras-primas


c) os elementos que formam o substantivo composto são ligados por preposição – só o primeiro elemento vai para o plural:
Ex.:
pé-de-moleque; pés-de-moleque
mula-sem-cabeça; mulas-sem-cabeça

d) o substantivo composto é formado pó palavras repetidas ou onomatopaicas – só o segundo elemento vai para o plural:
Ex.:
tico-tico; tico-ticos
pingue-pongue; pingue-pongues
tique-taque; tique-taques

bem-te-vi – bem-te-vis

domingo, 11 de abril de 2010

Dicas para escrever bem

Não se aprende a escrever somente com teorias, o treino diário é o caminho para quem deseja escrever com desenvoltura. Cada pessoa descobre sua técnica, essa descoberta requer trabalho de insistente revisão.
A maior qualidade do texto é a clareza, quem consegue se expressar verbalmente com facilidade, quase sempre, produz textos com alto grau de objetividade. Criou-se um mito de que quem ler muito escreve bem. Não acreditamos nessa afirmação. Sabemos que a maioria dos escritores são bons leitores, mas não podemos afirmar o inverso. Só se aprende escrever, escrevendo.
Escrever é um trabalho difícil, o texto quase nunca está pronto no primeiro esboço. O rascunho da obra, aqui da redação, é uma coisa primitiva que frequetemente apresenta falhas profundas, elas são decorrentes da necessidade de combinar composição com o pensamento. Após a produção do esboço, o autor inicia o processo de lapidação. À medida que vamos trabalhando nossa produção, nos tornamos mais exigentes e é essa busca do melhor texto que nos impulsiona para voos mais altos.
Frase curta é uma boa estratégia, a memória imediata tem limite. Sentenças longas e complicadas podem ser consideradas ilegíveis, porque o leitor, quando chega no final da frase, já não se lembra do que leu no começo. Qualquer pessoa fica entediada quando precisa reler o trecho que se evaporou, para compreender o restante. Ao escrevermos sentenças curtas, que logo completa o sentido na memória imediata, as informações vão sendo transferidas para a memória de médio prazo. É nessa memória que os dados acumulam-se permitindo o perfeito entendimento da redação. Escrever textos de fácil entendimento é respeitar o nosso leitor.
Arriscar-se nos neologismo é tão perigoso quanto usar palavras arcaicas. Temos visto redações que o aluno, na tentativa de mostrar-se culto, usa palavras muito distantes de sua realidade. A consequência disso é uma produção confusa, com palavras descontextualizadas. A má escolha dos vocábulos dificulta a compreensão do texto. Notamos que o educando, preocupado em usar as trinta linhas, usam palavras demais e, além disso, justamente aquelas mais longas e de pouco uso. Isso reforça a nossa tese de que o aluno não foi devidamente preparado para defender suas ideias, por escrito, de maneira clara e objetiva. Não conseguiu entender que com palavras curtas ele pode escrever períodos curtos, mais fáceis de memorizar e de compreender. Percebemos que os estudantes têm predileção por duas classes de palavras: os adjetivos e os advérbios. Ora, são exatamente essas duas classes de palavras que costumam ser excessiva. Numa frase mais longa, elas serão menos memorizadas do que os substantivos, verbos e pronomes.
O modismo vocabular também é nocivo. Algumas palavras são modismo em determinados grupos sociais, na mídia, na própria escola. Quase sempre essas palavras carecem de explicações. Isso sem falar nas muitas palavras estrangeiras que estão circulando também por modismo. Elas têm equivalentes em nossa língua, evitando-as, garantimos uma melhor legibilidade em nossa produção.
Terminado o texto é a hora de escolhermos o título. Para que servem os títulos? O título é a síntese do que escrevemos e também as palavras que vão aguçar a curiosidade do leitor. Antes de ir ao texto o olho do leitor passeia pelo título e, quase sempre, é o que determina a intensidade que ele mergulha em nossas palavras. O título deve primar por uma simplicidade instigante: oração simples em ordem direta, sintético, abrangente. O título desperta a memória do leitor e, ao mesmo tempo, serve de guia para a empreitada da leitura

Concordância verbal com sujeitos formados por números, percentuais e frações

a) Quando se usa a porcentagem sem o especificador, o verbo concorda com o número.
Veja:
Somente 10% dos alunos foram classificados para a próxima etapa.

Atenção
Se esse número for inferior a dois, o verbo deve ficar no singular.
Observe:
Apenas 1,98% votou na chapa azul.

b) Quando a porcentagem vier acompanhada de um especificador, o verbo concorda com o especificador, independente do número percentual.
Veja:

Somente 20% da população votou no candidato da situação.
Li no jornal que 1% dos eleitores votaram em branco.


c) Nas frações, o verbo deve concordar com o numerador da fração.
Observe:
¾ da população aderiram à campanha de vacinação.
¼ da população recusou-se a aceitar a vacina.
2/3 dos alunos reprovaram o novo método.
1/3 dos alunos aprovou o novo método.

Devemos escrever os números por extenso ou não?

Nem sempre os números de um texto formal devem ser escritos por extenso. Veja algumas dicas.
Escreva todo número abaixo de dez por extenso.
Ex.: Os oito computadores do escritório estão com vírus.

Atenção
Não devemos aplicar essa regra para unidades de medida, idade, tempo, datas, número de páginas, percentagens, valores, proporções. Veja:
Comprei 2 metros de tecido.
Meu filho tem 9 anos.
São 8h30min.
A apresentação será no dia 9 de setembro.
A informação mais precisa está na página 5.

Não misture número com numerais (por extenso). Veja:
No quinto dia da feira, 20% dos livros já tinham sido vendidos. (Não)
No 5º dia da feira, 20% dos livros já tinham sido vendidos. (Sim)

Use números seguidos de palavras quando os últimos cinco ou seis dígitos forem zero. Observe:
O empresário doou R$ 2.000.000,00 para os desabrigados. (Não)
O empresário doou 2 milhões de reais para os desabrigados. (Sim)

Escreva decimais e frações em números.
0,23 e não zero virgula vinte e três
¼ e não um quarto.

Não comece uma frase com números.
2 alunos não fizeram os exercícios. (Não)
Dois alunos não fizeram os exercícios. (sim)

Só se usa a forma 02, 03, 08 em documentos de natureza legal, fiscal, jurídica.
Rio de janeiro, 03 de abril de 2010. (Não)
Rio de janeiro 3 de abril de 2010. (Sim)