domingo, 21 de fevereiro de 2010

Classificação das orações

Absoluta
É aquela que aparece sozinha no período.

Ex. Ana Clara brincava com o gato.

O exemplo acima é uma frase (tem sentido completo) e possui uma, e apenas uma, oração (estruturada a partir do verbo “brincava”). Assim, é classificado como período simples.

Coordenada
É aquela que se liga a uma outra oração, sem dependência sintática, ou seja, sem representar-lhe qualquer termo sintático:

Ex.: Estudei e fui para a escola.

As duas orações são coordenadas, uma vez que não há entre elas dependência sintática. São chamadas de independentes

Subordinada

É a oração que se liga a uma outra, dita principal, representando-lhe um termo sintático qualquer (sujeito, objeto direto, adjunto adverbial, etc.). Veja:

Espero que vocês entendam a matéria.

A oração em destaque é considerada subordinada porque é um termo da outra, no caso, o objeto direto.

Principal

É aquela que tem um de seus termos representado por uma outra, dita subordinada. Veja

O Professor pediu que todos entrassem.

A oração destacada é a principal do período porque a seguinte atua como objeto direto.


As orações subordinadas se distribuem em três grupos distintos: adjetivas, substantivas e adverbiais, cada qual com suas características.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Palavras e expressões que provocam dúvidas




Meio ou meia?

Observe o emprego de meio e meia nas frases abaixo:

A criança comeu meio mamão e meia pera. (adjetivos)
Karina é meio tímida com os colegas de outras classes. (advérbio)
Débora ficou meio aborrecida com a avaliação dos alunos. (advérbio)

A palavra meio pode ser adjetivo e advérbio. Quando adjetivo, tem o sentido de “metade” e concorda em gênero com o substantivo a que se refere. Quando advérbio, tem o sentido de “um pouco” e fica invariável, isto é, apresenta-se sempre no masculino e no singular.

Afim ou a fim?

Afim é que tem afinidade, semelhança ou parentesco.
Ex.: Esses trabalhadores desempenham funções afins.
Afim é adjetivo e significa “próximo, semelhante”; dessa palavra deriva o substantivo afinidade.

A fim faz parte da locução prepositiva a fim de, que significa finalidade, equivale a para.

Ex.: Fui lá a fim de ajudar, não de atrapalhar.
Rafael saiu cedo a fim de não perder a primeira aula.




A cerca de, acerca de ou há cerca de?

A cerca de significa “a uma distância de”.

Ex.: Vassouras fica a cerca de 30 minutos de carro de Miguel Pereira.

Acerca de significa “sobre”.
Ex.: Os trabalhadores conversavam acerca de instalação de ar-refrigerado.

Há cerca de significa “faz ou existe(m) aproximadamente”.

Ex.: Trabalho nesta escola há cerca de 14 meses.

Ao invés de ou em vez de?

Ao invés de indica situação contrária, oposição.
Ex.: Subi, ao invés de descer.

Em vez de indica substituição, simples troca e equivale a “em lugar de”.
Ex.: Em vez de ir ao cinema, foi à praia.

Obs.: No lugar de “ao invés de” você pode usar “em vez de”, mas não o inverso.

A par ou ao par?

Depende: quem está ciente, inteirado de alguma coisa, está a par.

Ex.: O nosso presidente, Lula, nunca está a par de nada.

Ao par existe, mas é de uso eminentemente comercial: quando dois países negociam reciprocamente, e um compra do outro tanto quanto este lhe vende, o câmbio está ao par .


À-toa ou à toa

Depois da reforma ortográfica temos agora uma única grafia “ à toa”, tanto para o adjetivo invariável quanto para a locução adverbial.
Ex.: Quem nos atendeu foi um sujeitinho à toa e sem educação. (adjetivo)
Meu pai gosta de andar à toa de carro com minha mãe. (locução adverbial)

A ou há

Quando uso um e outro?

Sempre que tiver dúvida, tente substituir a ou há por faz; se a substituição for possível, use há; se não for possível, use a. Observe:
Saí de casa (a ou há?) muito tempo.
Saí de casa faz muito tempo.
Foi possível a substituição. Então:
Saí de casa há muito tempo.

Veja o outro exemplo:

Daqui (a ou há?) pouco eu chego em casa.

Daqui faz pouco eu chego em casa.
Não é uma frase aceitável. Portanto.
Daqui a pouco eu chego em casa.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Hifenização após a reforma ortográfica

Regra 1
O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por “r” ou “s”, sendo que essas letras devem ser dobradas.
Exemplos:
Ante-sala - antessala
Auto-retrato - autorretrato
Anti-social – antissocial
Ultra-sonografia - ultrassonografia
Obs.: Nos prefixos sub, hiper, inter e super, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada por “h” ou “r”.
Exemplos
Sub-hepático, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, hiper-história, super-homem, inter-hospital.
Regra 2
Agora se utiliza hífen quando a palavra é formada por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Exemplos: microondas / micro-ondas
Microônibus/ micro-ônibus
Antiinflamatório/ anti-inflamatório
Microorgânico/ micro-orgânico
Obs.: A exceção é o prefixo “co” , que permanece sem hífen:
Exemplos: cooperação, coobrigar, coordenar
Regra 3
Não se utiliza mais o hífen em palavras formadas por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por outra vogal, diferente.
Exemplos:
Auto-afirmação/ autoafirmação
Auto-ajuda/ autoajuda
Auto-escola/ autoescola
Auto-estrada/ autoestrada
Contra-indicação/ contraindicação
Contra-ordem/ contraordem
Extra-escolar/ extraescolar
Infra-estrutura/ infraestrutura
Neo-imperalista/ neoimperalista
Semi-árido/ semiárido
Obs. Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”:
Exemplos:
Anti-herói, anti-higiênico, extra-humano.
Regra 4
Não se usa mais hífen em composta que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição.
Exemplos:
Manda-chuva/ mandachuva
Pára-quedas/ paraquedas
Pára-lama/ paralama
Pára-brisa/parabrisa
Pára-choque/ pára-choque
Obs.: O uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constituem unidade sintagmática e semântica, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas.
Exemplos:
Beija-flor, couve-flor, erva-doce, ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, mal-me-quer, bem-te-vi.
OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE O HÍFEN
O uso do hífen permanece em palavras formadas com prefixos “ pré”, “ pró” , “ pós” ( quando acentuadas graficamente), “ex” ( no sentido de “já foi”) , “vice”, “além”, “ aquém”, “recém” e “sem”.
Exemplos:
Pré-natal, pró-europeu, pós-graduação, ex-presidente, vice-prefeito, além-mar,
aquém-oceano, recém-nascido, sem-teto.
Em palavras formadas por “circum” e “pan” + palavras iniciadas em VOGAL, H, M ou N.
Exemplos:
Pan-americano, circum-navegação, circum-murado, circum-hospitalar.

Com os sufixos de origem tupi-guarani “ açu”, “guaçu” e “mirim”, que representam formas adjetivas.
Exemplos.
Amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-acu.

Reforma ortográfica

REFORMA ORTOGRÁFICA

Decreto
6.583/2008
Professor: Willmann Costa

Por que a reforma?
A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como largamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu prestígio no Mundo.
A escrita é um evento singular, mas não podemos cair no engano de pensar que língua é apenas escrita.
O novo Acordo ortográfico está organizado em 21 bases. Vamos sintetizar os itens que mais possam interessar ao falante comum.

ALFABETO
O Alfabeto é agora formado por 26 letras.
O K, o W e o Y não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Como fica?
Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados: kg, watt, megabyte.
Portanto, nada de novo, já vínhamos fazendo assim há muito tempo.
TREMA
Não existe mais o trema, a não ser em caso de nomes próprios e seus derivados:
Bündchen, Muller, müleriano.

Atenção: Como a reforma só modifica a comunicação escrita (e não a falada), cabe a cada um de nós saber quando não pronunciar o “ u” ( exemplos: foguete, guitarra, queijo) e quando pronunciá-lo ( aguentar, frequência, linguiça).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
O que mudou:
Regra 1
Os ditongos abertos “ ei” e “oi” não são mais acentuados em palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba)

Exemplos:

as-sem-blei-a, boi-a, i-dei-a, ge-lei-a, he-roi-co

Atenção: Nas palavras oxítonas e monossilábicas o acento continua para os ditongos abertos “ei” e “oi”e também “ eu”
Exemplos: anéis, papéis, constrói, herói, dói, rói, céu, chapéu.
Regra 2
Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no “i” e no “u” tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Exemplos:
bai-u-ca , bo-cai-u-va, fei-u-ra
Atenção: Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final, seguidos ou não de s, o acento permanece
Exemplos: Piauí, Itaú .
Regra 3
Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas ( as que possuem a mesma escrita e pronúncia).
Exemplos: para (verbo)
pelo (substantivo)
polo (substantivo)
Obs. 1: O acento diferencial ainda permanece no verbo “pôr”, para diferenciar da preposição “por” e na forma verbal “pôde” ( 3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo poder) para diferenciar de “pode” (Presente do Indicativo do mesmo verbo)
Obs. 2: Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados.
Exemplos: ele tem – eles têm; ela vem – elas vêm; você retém – vocês retêm.
Obs. 3: É facultativo o acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma.
Em muitos casos convém usar: Qual é a forma da fôrma do bolo?
Regra 4
Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados.
Exemplos:
Abençoo, enjoo, perdoo, voo, leem, deem,veem, creem